Acredita-se que a Lua Azul começou a ser cultuada, inicialmente, entre
os egípcios, com a substituição do calendário lunar - que marcava o
tempo usando as fases da lua - pelo solar - que introduziu o conceito do
mês de trinta dias.
Lua Azul é o nome que se dá à segunda lua cheia dentro do mesmo mês.
Um fenômeno que acontece, em média, uma vez a cada dois anos e sete
meses, sete vezes a cada dezenove anos e trinta e seis vezes no século.
Desde a Antiguidade, a Lua Azul é considerada um acontecimento de
muita força magnética e poder espiritual, reforçando o sentido de
plenitude da lua cheia.
A Lua Azul nos proporciona uma oportunidade a mais de tocar o divino,
um aumento da consciência diante das forças sobrenaturais, reforçando,
assim, o intercâmbio com os outros planos, reinos e dimensões. Por ser
considerada um tempo entre os tempos, um momento raro - e por isso,
muito mais poderoso e mágico - fica mais fácil alcançar o mundo entre os
mundos por meio dela. É uma lua de abundância, que permite colher muito
mais do que plantamos. Os encantamentos têm maior poder e os resultados
são mais rápidos. Pensamentos e desejos tornam-se mais intensos e,
assim, qualquer ritual exige maior cautela em relação aos objetivos e
pedidos. Mais do que nunca vale a advertência: cuidado com o que pedir,
pois você pode conseguir!
Com o surgimento do calendário juliano, no início do cristianismo, o
culto à Lua Azul passou a ser reprimido por ser considerado uma
exacerbação da simbologia lunar, do poder feminino e do culto às deusas,
assuntos perseguidos e proibidos. Mesmo assim, permaneceu sua aura
romântica e poética, e a Lua Azul passou a ser associada à crença de que
era propícia ao romance e ao encontro de parceiros. Surgiu o termo
inglês blue moon, significando algo muito raro, impossível, dando origem
a inúmeras músicas e poemas melancólicos ou esperançosos.
Na mitologia celta, esta lua favorece o contato com o reino encantado
dos seres da natureza. Invocam-se as Rainhas das Fadas - Aeval, Aine,
Aynia, Bri, Creide, Mah e Sin - e empreendem-se viagens reais ou
imaginárias para as sidhe, as colinas encantadas, morada do Little
People, o Povo Pequeno.
A Lua Azul é regida pela Matriarca da Décima Terceira Lunação. Ela é
aquela que se torna a visão, a guardiã de todos os ciclos de
transformação, a mãe das mudanças. Essa Matriarca nos ensina a
importância de seguir nosso caminho sem nos deixar desviar por ilusões
que possam vir a interferir em nossas visões. Cada vez que nos
transformamos, realizando nossas visões, uma nova perspectiva e
compreensão se abrem, permitindo-nos alcançar outro nível na eterna
espiral da evolução do espírito. A última visão a ser alcançada é a
decisão de simplesmente SER. Sendo tudo e sendo nada, eliminamos os
rótulos e definições que limitam nossa plenitude.
Para criar uma atmosfera adequada a uma celebração da Lua Azul, use
velas e roupas azuis. Prepare água lunarizada expondo garrafas de vidro
azul, cheias de água, aos raios lunares. Prepare "travesseiros dos
sonhos", enchendo uma fronha de tecido azul com flores de sabugueiro,
lavanda ou alfazema, hipericão, folhas de artemísia e sálvia. Imante
cristais e pedras azuis como o topázio azul, a safira, o berilo, a
água-marinha, o lápis-lazuli ou a sodalita. Com a ajuda de músicas com
sons da natureza - como pios de corujas, cantos de baleias ou uivos de
lobos - permita que sua criatividade e intuição levem-no/a ao reino das
fadas ou ao encontro das deusas lunares. Olhe fixamente para a lua,
eleve seus braços e puxe a luz da lua para sua testa, seu coração e seu
ventre. Conecte-se, em seguida, à Matriarca, pedindo-lhe orientação
sobre as mudanças necessárias para alcançar uma real transformação.
Permaneça, depois, em silêncio e ouça as mensagens e respostas ecoando
em sua mente ou alegrando seu coração.
(Fonte: http://teiadethea.org/?q=node%2F165)